ERA UMA VEZ… A CONSTITUIÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL DO NUBANK POR MEIO DE VALORES E ESTRATÉGIAS DE CENTRALIDADE NO CLIENTE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51320/rmc.v26i2.1677

Palavras-chave:

Capital intelectual, Centralidade no cliente, Análise de narrativas, Negócio disruptivo

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar como o Nubank constitui capital intelectual (CI) por meio de uma narrativa de negócio disruptivo e centrado no cliente. Para isso, foi realizada uma pesquisa qualitativa por meio da análise de narrativas em fontes documentais. A análise dos dados foi apoiada pelas codificações aberta, axial e seletiva. Os resultados da pesquisa evidenciam que o principal valor da empresa, a centralidade no cliente, considerado um controle gerencial cultural, fundamenta o CI da companhia em três dimensões interligadas. O capital humano engloba a composição de uma equipe diversificada e inclusiva, cujo alinhamento com a missão e os valores da empresa é crucial para atender às variadas demandas dos clientes. O capital estrutural, por sua vez, é composto por tecnologia proprietária, uma plataforma de produtos robusta e procedimentos internos que capacitam o capital humano a desenvolver relações sólidas com os clientes. Por fim, o capital relacional enfatiza o atendimento ao cliente por meio de experiências intuitivas e produtos eficientes, além de gerir a comunicação externa entre o capital humano e os usuários. A centralidade no cliente da companhia também direciona o processo de tomada de decisão, sustenta a cultura organizacional, a atuação das pessoas e outros aspectos organizacionais. Conclui-se que o capital intelectual constituído a partir de uma cultura centrada no cliente molda aspectos gerenciais e organizacionais, pois as operações, o desenvolvimento de produtos, tecnologias e a gestão são pautados com foco no cliente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Luiz Borsatto Junior, Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA/USP). Universidade Paranaense (UNIPAR).

Doutorando em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP. Mestre em Contabilidade pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE). Possui MBA em Controladoria, Gestão Empresarial e Financeira e graduação em Ciências Contábeis pela Universidade Paranaense (UNIPAR). Professor dos Cursos de Ciências Contábeis da Universidade Paranaense (UNIPAR), campus de Umuarama/PR, nas modalidades presencial e EaD.

Interesse nas seguintes áreas: vertente sociológica da contabilidade e de sistemas de controle gerencial, contabilidade gerencial e controle em organizações, poder em organizações e pesquisa qualitativa em contabilidade. contabilidade, e abordagens alternativas de pesquisa em contabilidade.

Referências

Alecrim, E. (2016, outubro 21). O que é fintech? InfoWester. Recuperado de http://www.infowester.com/fintech.php.

Arner, D. W., Barberis, J., & Buckley, R. P. (2015). The evolution of fintech: A new post-crisis paradigm. Georgetown Journal of International Law, 47, 1271. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2676553 DOI: https://doi.org/10.2139/ssrn.2676553

Bagatini, C. A., & Feil, A. A. (2021). Mensuração do capital intelectual de instituição financeira. Revista ENIAC Pesquisa, 10(2), 345–367. https://doi.org/10.22567/rep.v10i2.718 DOI: https://doi.org/10.22567/rep.v10i2.718

Bertolla, F. L., Eckert, A., Dorion, E. C. H., & Nodari, C. H. (2015). Capital intelectual como recurso na retenção de clientes. Revista Pensamento Contemporâneo em Administração, 9(3), 155–168. https://doi.org/10.12712/rpca.v9i3.11231 DOI: https://doi.org/10.12712/rpca.v9i3.542

Bontis, N. (1998). Intellectual capital: An exploratory study that develops measures and models. Management Decision, 36(2), 63–76. https://doi.org/10.1108/00251749810204142 DOI: https://doi.org/10.1108/00251749810204142

Borsatto Junior, J. L., & Vesco, D. G. D. (2020). Sistemas de controle gerencial como instrumento de poder sob a ótica de Bourdieu. Revista Universo Contábil, 16(1), 27–53. https://doi.org/10.4270/ruc.2020102 DOI: https://doi.org/10.4270/ruc.2020102

Boulding, W., Staelin, R., Ehret, M., & Johnston, W. J. (2005). A customer relationship management roadmap: What is known, potential pitfalls, and where to go. Journal of Marketing, 69(4), 155–166. https://doi.org/10.1509/jmkg.2005.69.4.155 DOI: https://doi.org/10.1509/jmkg.2005.69.4.155

Brandt, T. (2019, outubro 21). Non bank is the new bank? Eleven Financial Research. Recuperado de https://elevenfinancial.com/

Braido, G., Klein, A., & Papaleo, G. (2020). Facilitadores e barreiras enfrentadas pelas fintechs de pagamentos móveis no contexto brasileiro. Brazilian Business Review, 18, 25–44. https://doi.org/10.15728/bbr.2021.18.1.2 DOI: https://doi.org/10.15728/bbr.2021.18.1.2

Bueno, L. A., Sigahi, T. F., Rampasso, I. S., Leal Filho, W., & Anholon, R. (2024). Impacts of digitization on operational efficiency in the banking sector: Thematic analysis and research agenda proposal. International Journal of Information Management Data Insights, 4(1), 100230. https://doi.org/10.1016/j.jjimei.2024.100230 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jjimei.2024.100230

Cabral, D. B., & Torres, N. M. C. (2019). Satisfação e fidelização de clientes do setor bancário brasileiro. Navus - Revista de Gestão e Tecnologia, 9(4), 195–205. https://doi.org/10.22279/navus.2019.v9n4.p195-205.929 DOI: https://doi.org/10.22279/navus.2019.v9n4.p195-205.929

Caciatori Jr, I., & Cherobim, A. P. M. S. (2021). Defining categories of fintechs: A categorization proposal based on literature and empirical data. Future Studies Research Journal, 13(3), 386–408. https://doi.org/10.24023/FutureJournal/2175-5825/2021.v13i3.537 DOI: https://doi.org/10.24023/FutureJournal/2175-5825/2021.v13i3.537

Cardoso, M. F. (2012). Capital intelectual e a inovação tecnológica: Uma análise da relação contratual cliente/fornecedor [Dissertação de Mestrado, Universidade do Vale do Rio dos Sinos]. Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos. http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4608

Cassol, A., Artifon, R. L., & Perozin, A. (2015). A influência do capital intelectual na inovação: Um estudo em empresas incubadas de Santa Catarina. Revista Competitividade e Sustentabilidade – ComSus, 2(2), 26-41. https://doi.org/10.5935/2359-5876.20150012 DOI: https://doi.org/10.5935/2359-5876.20150012

Cavalcanti, J. M. M. (2022). Ativos intangíveis e geração de valor na nova economia. Revista Mineira de Contabilidade, 23(1), 4–8. https://doi.org/10.51320/rec.v23i1.1406 DOI: https://doi.org/10.51320/rmc.v23i1.1406

Damázio, L. F., Soares, J. L., Shigaki, H. B., & Mesquita, J. M. C. (2020). Customer centricity: A bibliometric analysis of academic production. Revista Administração - UFSM, 3, Edição Especial Ecoinovar, 1510–1529. https://doi.org/10.5902/1983465961375 DOI: https://doi.org/10.5902/1983465961375

Dall’agnol, A. P., & Verschoore, J. R. (2019). As características das abordagens estratégicas adotadas pelas fintechs brasileiras para competir na indústria de meios eletrônicos de pagamentos. Revista Eletrônica de Estratégia e Negócios, 12(1), 96–118. https://doi.org/10.19177/reen.v12e1201995-118

Dickinson, V. (2011). Cash flow patterns as a proxy for firm life cycle. The Accounting Review, 86(6), 1969–1994. https://ssrn.com/abstract=755804 DOI: https://doi.org/10.2308/accr-10130

Dornelles, O. M., & Sauerbronn, F. F. (2019). Narrativas: Definição e aplicações em contabilidade. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 14(4), 19–37. https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v14i4.27082 DOI: https://doi.org/10.21446/scg_ufrj.v14i4.27082

Edvinsson, L., & Sullivan, P. (1996). Developing a model for managing intellectual capital. European Management Journal, 14(4), 356–364. https://doi.org/10.1016/0263-2373(96)00022-9 DOI: https://doi.org/10.1016/0263-2373(96)00022-9

Eisenhardt, K. M. (1989). Building theories from case study research. Academy of Management Review, 14(4), 532–550. https://doi.org/10.2307/258557 DOI: https://doi.org/10.2307/258557

Fávero, J. D., Pereira, P. E. J., Gomes, G., & Carvalho, L. C. (2020). Gestão do capital intelectual e da capacidade absortiva como fundamentos do desempenho inovador. Revista Gestão Organizacional, 13(2), 85–103. https://doi.org/10.22277/rgo.v13i2 DOI: https://doi.org/10.22277/rgo.v13i2.5107

Gephart, R. P. (2004). Qualitative research and the Academy of Management Journal. Academy of Management Journal, 47(4), 454–462. https://doi.org/10.5465/amj.2004.14438580 DOI: https://doi.org/10.5465/amj.2004.14438580

Godoy, D. (2021, agosto). A viagem do Nubank. Época Negócios, 172(1), 50–69.

Guimarães, D. S., Silva, R. J. A., Sant’anna, C. H. M., Martins, J. E. V., & Melo, F. J. C. (2021). A percepção da inovação tecnológica em serviços e a fidelização de clientes: Uma análise do setor de serviços bancários. Revista Gestão, 19(2), 232–249. https://doi.org/10.51359/1679-1827.2021.252630 DOI: https://doi.org/10.51359/1679-1827.2021.252630

Jordão, R. V. D., & Novas, J. C. (2017). Knowledge management and intellectual capital in networks of small and medium-sized enterprises. Journal of Intellectual Capital, 18(3), 1–27. https://doi.org/10.1108/JIC-11-2016-0120 DOI: https://doi.org/10.1108/JIC-11-2016-0120

Lugoboni, L. F., Castro, C. L., Oliveira, M. M., & Klein, G. A. (2021). Evidenciação do capital intelectual nos relatórios de sustentabilidade do setor alimentício. Revista Metropolitana de Sustentabilidade, 11(3), 123–150. Recuperado de https://revistaseletronicas.fmu.br/index.php/rms/article/view/2507

Lugoboni, L. F., Cunha, K. S., Zittei, M. C. M., & Klein, G. A. (2022). Gestão do capital intelectual em trading companies. Cafi, 5(1), 39-53. https://doi.org/10.23925/cafi.v5i1.57653 DOI: https://doi.org/10.23925/cafi.v5i1.57653

Llewellyn, S. (1999). Narratives in accounting and management research. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 12(2), 220–237. https://doi.org/10.1108/09513579910270129 DOI: https://doi.org/10.1108/09513579910270129

Malmi, T., & Brown, D. A. (2008). Management control systems as a package—Opportunities, challenges and research directions. Management accounting research, 19(4), 287-300. https://doi.org/10.1016/j.mar.2008.09.003 DOI: https://doi.org/10.1016/j.mar.2008.09.003

Meyr, C. E., Klein, S. B., Souza Junior, W. D., & Dall’Asta, D. (2019). Efeito dos componentes do capital intelectual sobre o desempenho financeiro de empresas brasileiras listadas no IBRX-50 da B3 de 2013 a 2017. Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 17(3), 89–114. Recuperado de https://repositorio.ufc.br/handle/riufc/49160 DOI: https://doi.org/10.19094/contextus.v17i3.42289

Miller, P., & Power, M. (2013). Accounting, organizing, and economizing: Connecting accounting research and organization theory. The Academy of Management Annals, 7(1), 557–605. https://doi.org/10.1080/19416520.2013.783668 DOI: https://doi.org/10.5465/19416520.2013.783668

Nu Holdings Ltd. (2023). Site de Relação com Investidores. Recuperado de https://www.investidores.nu/

Padoveze, Clóvis Luís. (2012). Controladoria: Estratégica e Operacional. São Paulo: Cengage Learning.

Paoloni, P., Modaffari, G., Ricci, F., & Corte, G. D. (2022). Intellectual capital between measurement and reporting: A structured literature review. Journal of Intellectual Capital, 24(2), 115–176. https://doi.org/10.1108/JIC-07-2021-0195 DOI: https://doi.org/10.1108/JIC-07-2021-0195

Ramírez, C. P., Moreno, A., Améstica, L., & Silva, S. S. (2019). Incubadoras en red: Capital relacional de negocios y la relación con su éxito. Revista Administração, Sociedade e Inovação, 5(2), 162–179. https://doi.org/10.20401/rasi.5.2.316 DOI: https://doi.org/10.20401/rasi.5.2.316

Rosa, S. C., Schreiber, D., Schmidt, S., & Kuhn Jr., N. (2017). Práticas de gestão que combinam cocriação de valor e experiência do usuário: Uma análise da startup Nubank no mercado brasileiro. Gestão, Finanças e Contabilidade, 7(2), 22–43. https://doi.org/10.18028/2238-5320/rgfc.v7n2p22-43

Saunders, M., Lewis, P. Thornhill, A. (2019). Research methods for business students. Person Education Limited.

Silva, L. L., Lisboa, E. F., Ferreira, L. B., Versiani, A. F., Sousa, P. R., & Cordeiro, M. L. (2020). As instituições financeiras e sua relação com as fintechs no Brasil. Economia e Gestão, 20(55), 24–37. https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2020v20n55p24-37 DOI: https://doi.org/10.5752/P.1984-6606.2020v20n55p24-37

Sousa, S., & Ferreira, A. (2021). Capital intelectual: Conceitualização. Gestão e Desenvolvimento, 29, 245–259. https://doi.org/10.34632/gestaoe desenvolvimento.2021.10032

Strauss, A., & Corbin, J. (2008). Pesquisa qualitativa: Técnicas e procedimentos para desenvolvimento de teoria fundamentada. Artmed.

Stenbacka, C. (2001). Qualitative research requires quality concepts of its own. Management Decision, 39(7), 551–556. https://doi.org/10.1108/EUM0000000005801 DOI: https://doi.org/10.1108/EUM0000000005801

Tayles, M., Pike, R. H., & Sofian, S. (2007). Intellectual capital, management accounting practices and corporate performance: Perceptions of managers. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 20(4), 522–548. https://doi.org/10.1108/09513570710762575 DOI: https://doi.org/10.1108/09513570710762575

Tece, D. J. (2010). Modelos de negócios, estratégias de negócio e inovação. Planejamento de Longo Prazo, 43, 172–194. https://doi.org/10.1016/j.lrp.2009.07.003 DOI: https://doi.org/10.1016/j.lrp.2009.07.003

Vasques, M. H. B. (2002). Customização de massa: Mais tecnologia, menos propaganda e satisfação do cliente. Una - Ciências Gerenciais, 1, 1–75. Recuperado de https://periodicos.uninove.br/

Vaz, C. R., Inomata, D. O., Viegas, C. V., Selig, P. M., & Varvakis, G. (2015). Capital intelectual: Classificação, formas de mensuração e questionamento sobre usos futuros. Revista de Gestão e Tecnologia, 5(2), 73–92. https://doi.org/10.22279/navus.2015.v5n2.p73-92.253 DOI: https://doi.org/10.22279/navus.2015.v5n2.p73-92.253

Walker, A. (2014). Banking without banks: Exploring the disruptive effects of converging technologies that will shape the future of banking. Journal of Securities Operations & Custody, 7(1), 69–80. https://doi.org/10.69554/EXDK6865 DOI: https://doi.org/10.69554/EXDK6865

Wang, Z., Cai, S., Liang, H., Wang, N., & Xiang, E. (2021). Intellectual capital and firm performance: The mediating role of innovation speed and quality. The International Journal of Human Resource Management, 32(6), 1222–1250. https://doi.org/10.1080/09585192.2018.1511611 DOI: https://doi.org/10.1080/09585192.2018.1511611

Publicado

2025-10-24

Como Citar

Toninato Fontes, G., & Borsatto Junior, J. L. (2025). ERA UMA VEZ… A CONSTITUIÇÃO DO CAPITAL INTELECTUAL DO NUBANK POR MEIO DE VALORES E ESTRATÉGIAS DE CENTRALIDADE NO CLIENTE. Revista Mineira De Contabilidade, 26(2), 50–62. https://doi.org/10.51320/rmc.v26i2.1677

Edição

Seção

Artigos científicos: