DESEMPENHO ESG, RISCO E A (IN)EXISTÊNCIA DO COMITÊ DE RISCO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51320/rmc.v24i3.1520

Palavras-chave:

ESG, Risco de mercado, Comitê de risco

Resumo

O objetivo deste estudo é analisar a relação entre o desempenho ESG e o risco de mercado nas empresas brasileiras. Foram coletados dados nas bases Economática® e Refinitiv® de 73 empresas listadas na B3, totalizando 365 observações referentes ao período 2017 2021. Foram realizados estatística descritiva, análise de correlação, teste de diferença de médias Mann-Whitney, análise de correspondência múltipla (ACM) e os modelos foram estimados através dos Mínimos Quadrados Ordinários com coeficientes e erros padrões robustos à heterocedasticidade e Mínimos Quadrados Generalizados para dados em painel. A análise descritiva indica que as empresas possuem maior desempenho nos pilares social e de governança, se comparado ao pilar ambiental. Os resultados do teste de diferença de médias indicam que a existência do comitê de risco nas empresas implica em uma média superior de desempenho ESG, desempenho ambiental, social e de governança, quando comparadas àquelas que não possuem este órgão de assessoria ao conselho de administração. Quanto à ACM, observou-se associações entre um nível baixo de ESG para empresas que não possuem comitê de risco. Os resultados da análise de regressão apontam que o desempenho ESG e o desempenho social influenciam negativamente o risco de mercado. O estudo contribui para subsidiar as empresas, os agentes do mercado e a comunidade científica, ao concluir que, no mercado de capitais brasileiro, empresas preocupadas em manter um alto desempenho ESG tendem a assumir menor risco.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Francisca Yasmin de Aguiar Guedes, Universidade Federal do Ceará - UFC

Mestranda em Administração em Controladoria na Universidade Federal do Ceará (PPAC/UFC)

Daniel Barboza Guimarães, Universidade Federal do Ceará

Doutor em Economia pela Universidade Federal do Ceará; Professor do Departamento de Administração e do Programa de Pós-Graduação em Administração e Controladoria da Universidade Federal do Ceará

Fernanda Beatryz Rolim Tavares, Universidade Federal do Ceará - UFC

Mestre em Sistemas Agroindustriais  pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG); Doutoranda em Administração e Controladoria pela Universidade Federal do Ceará (PPAC/UFC).

Referências

Abdullah, W. N., & Said, R. (2019). Audit and risk committee in financial crime prevention. Journal of Financial Crime, 26(1), 223-234.

Aebi, V., Sabato, G., & Schmid, M. (2012). Risk management, corporate governance, and bank performance in the financial crisis. Journal of Banking & Finance, 36(12), 3213-3226.

Aldhamari, R., Nor, M. N. M., Boudiab, M., & Mas' ud, A. (2020). The impact of political connection and risk committee on corporate financial performance: evidence from financial firms in Malaysia. Corporate Governance: The International Journal of Business in Society, 20(7), 1281-1305.

Amorim, A. L. G. C., Lima, I. S., & Murcia, F. D. R. (2012). Análise da relação entre as informações contábeis e o risco sistemático no mercado brasileiro. Revista Contabilidade & Finanças, 23, 199-211.

Benlemlih, M., & Girerd‐Potin, I. (2017). Corporate social responsibility and firm financial risk reduction: on the moderating role of the legal environment. Journal of Business Finance & Accounting, 44(7-8), 1137-1166.

Bergamini, S., Junior (2021). ESG, impactos ambientais e contabilidade. Pensar Contábil, 23(80), 46-54.

Bhuiyan, M. B. U., Cheema, M. A., & Man, Y. (2020). Risk committee, corporate risk-taking and firm value. Managerial Finance, 4(3), 285-309.

Bouslah, K., Kryzanowski, L., & M’zali, B. (2013). The impact of the dimensions of social performance on firm risk. Journal of Banking & Finance, 37(4), 1258-1273.

Bravo, F., & Reguera‐Alvarado, N. (2019). Sustainable development disclosure: environmental, social, and governance reporting and gender diversity in the audit committee. Business Strategy and the Environment, 28(2), 418-429.

Capelli, P., Ielasi, F., & Russo, A. (2021). Forecasting volatility by integrating financial risk with environmental, social, and governance risk. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 28(5), 1483-1495.

Chang, K., Kim, I., & Li, Y. (2014). The heterogeneous impact of corporate social responsibility activities that target different stakeholders. Journal of Business Ethics, 125(2), 211-234.

Cheng, B., Ioannou, I., & Serafeim, G. (2014). Corporate social responsibility and access to finance. Strategic Management Journal, 35(1), 1-23.

Chollet, P., & Sandwidi, B. W. (2018). CSR engagement and financial risk: A virtuous circle? International evidence. Global Finance Journal, 38, 65-81.

Damodaran, A. (2002). Investment valuation: tools and techniques for determining the value of any asset. 2. ed. Willey Finance.

Dandaro, F. M., & Lima, F. G. (2022). ESG performance and credit risk in Latin America. Sociedade, Contabilidade e Gestão, 17(3), 40-56.

Duque-Grisales, E., & Aguilera-Caracuel, J. (2021). Environmental, social and governance (ESG) scores and financial performance of multilatinas: moderating effects of geographic international diversification and financial slack. Journal of Business Ethics, 168(2), 315-334.

Elkington, J. (1998). Cannibals with forks: the triple bottom line of sustainability. Gabriola Island: New Society Publishers.

Fatemi, A., Glaum, M., & Kaiser, S. (2018). ESG performance and firm value: the moderating role of disclosure. Global Finance Journal, 38, 45-64.

Fiório, S. L., Nossa, S. N., Costa, R. A., Pereira, A. N., & Nossa, V. (2008). A responsabilidade social corporativa nos informes empresariais do setor de telecomunicações: uma análise exploratória e documental. Contabilidade Gestão e Governança, 11(1-2), 279-295.

Fiordelisi, F., Ricci, O., & Santilli, G. (2022). Environmental engagement and stock price crash risk: evidence from the European banking industry. Recuperado em dezembro, 28, 2022, em https://dx.doi.org/10.2139/ssrn.4167115

Friedman, A. L., & Miles, S. (2006). Stakeholders: theory and practice. Oxford: Oxford University Press.

Girerd-Potin, I., Jimenez-Garcès, S., & Louvet, P. (2014). Which dimensions of social responsibility concern financial investors?. Journal of Business Ethics, 121(4), 559-576.

Godfrey, P. C., Merrill, C. B., & Hansen, J. M. (2009). The relationship between corporate social responsibility and shareholder value: an empirical test of the risk management hypothesis. Strategic Management Journal, 30(4), 425-445.

Gordon, L. A., Loeb, M. P., & Tseng, C. Y. (2009). Enterprise risk management and firm performance: a contingency perspective. Journal of Accounting and Public Policy, 28, 301-327.

Gujarati, D. N., & Porter, D. C. (2011). Econometria básica. 11. ed. Porto Alegre: AMGH.

Inderst, G., & Stewart, F. (2018). Incorporating environmental, social and governance (ESG) factors into fixed income investment. World Bank Group publication, April.

Korinth, F., & Lueg, R. (2022). Corporate sustainability and risk management – the u-shaped relationships of disaggregated ESG rating scores and risk in the German capital market. Sustainability, 14(9), 5735.

Lameira, V. D. J., Ness Jr, W. L., Quelhas, O. L. G., & Pereira, R. G. (2013). Sustentabilidade, valor, desempenho e risco no mercado de capitais brasileiro. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, 15, 76-90.

Lintner, J. (1965). The valuation of risk assets and the selection of risky investments in stock portfolios and capital budgets. Review of Economics and Statistics, 47(1), 13-37.

Lueg, K., Krastev, B., & Lueg, R. (2019). Bidirectional effects between organizational sustainability disclosure and risk. Journal of Cleaner Production, 229, 268-277.

Malik, M. F., Nowland, J., & Buckby, S. (2021). Voluntary adoption of board risk committees and financial constraints risk. International Review of Financial Analysis, 73, 101611.

Muhammad, N., Scrimgeour, F., Reddy, K., & Abidin, S. (2015). The impact of corporate environmental performance on market risk: the Australian industry case. Journal of Business Ethics, 132(2), 347-362.

ONU. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Recuperado em outubro, 6, 2022, em https://brasil.un.org/pt-br/sdgs.

Peixoto, F. M., Pains, M. B., Araújo, A. A., & Guimarães, T. M. (2016). Custo de capital, endividamento e sustentabilidade empresarial: um estudo no mercado de capitais brasileiro no período de 2009 a 2013. Race: Revista de Administração, Contabilidade e Economia, 15(1), 39-66.

Refinitiv (2022). Environmental, social and governance scores from Refinitiv. Recuperado em agosto, 25, 2023, em https://www.refinitiv.com/content/dam/marketing/en_us/documents/methodology/refinitiv-esg-scores-methodology.pdf?utm_campaign=443870_2021GlobalSustainableFinanceESG&elqCampaignId=13827&utm_source=Perspectives&utm_medium=Blog&utm_term=ESGScores

Refinitiv. (2015). Environmental, social and governance performance. Recuperado em outubro, 6, 2022, em http://thomsonreuters.com/en/about-us/corporate-responsibility-inclusion/esg-performance.html.

Sassen, R., Hinze, A. K., & Hardeck, I. (2016). Impact of ESG factors on firm risk in Europe. Journal of Business Economics, 86(8), 867-904.

Shakil, M. H. (2021). Environmental, social and governance performance and financial risk: moderating role of ESG controversies and board gender diversity. Resources Policy, 72, 102-144.

Sharpe, W. F. (1964). Capital asset prices: a theory of market equilibrium under conditions of risk. The Journal of Finance, 19(3), 425-442.

Shi, Y., Bao, J., & Ren, Y. (2019, July). BRI cooperation: mainstreaming ESG investments. Green Belt and Road Initiative Center. Recuperado em dezembro 4, 2022, em https://green-bri.org/bri-cooperation-mainstreaming-esg-investments/.

Silva, B. S., Queiroz, J. N., Francisco, J. R. S., Silva, R. C. (2021). Ações adotadas pelas empresas da B3 alinhadas com os 17 Objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS): uma análise dos relatórios de sustentabilidade. Revista Mineira de Contabilidade, 22(2), 37-50.

Sridharan, V. (2018). Bridging the disclosure gap: investor perspectives on environmental, social & governance (ESG) disclosures. Social & Governance (ESG) Disclosures, May 11, 2018. Master of Environmental Studies Capstone Projects. 72. Recuperado em dezembro, 28, 2022, em https://repository.upenn.edu/mes_capstones/72.

Srivastav, A., & Hagendorff, J. (2016). Corporate governance and bank risk-taking. Corporate Governance: An International Review, 24, 334-345.

Tao, N. B., & Hutchinson, M. (2013). Corporate governance and risk management: the role of risk management and compensation committees. Journal of Contemporary Accounting & Economics, 9(1), 83-99.

Teixeira, E. A., Nossa, V., & Funchal, B. (2011). O índice de sustentabilidade empresarial (ISE) e os impactos no endividamento e na percepção de risco. Revista Contabilidade & Finanças, 22, 29-44.

Vello, A. P. C., & Martinez, A. L. (2014). Planejamento tributário eficiente: uma análise de sua relação com o risco de mercado. Revista Contemporânea de Contabilidade, 11(23), 117-140.

Yu, E. P. Y., Guo, C. Q., & Luu, B. V. (2018). Environmental, social and governance transparency and firm value. Business Strategy and the Environment, 27(7), 987-1004.

Xie, J., Nozawa, W., Yagi, M., Fujii, H., & Managi, S. (2019). Do environmental, social, and governance activities improve corporate financial performance?. Business Strategy and the Environment, 28(2), 286-300.

Zhang, C., Gao, L., Wang, W., Chen, X., & An, J. (2023). Do ESG scores have incremental information value on the primary bond market? evidence from China. Frontiers in Environmental Science, 10, 1-17.

Zhao, Y., Elahi, E., Khalid, Z., Sun, X., & Sun, F. (2023). Environmental, social and governance performance: analysis of CEO power and corporate risk. Sustainability, 15(2), 1-18.

Zucchi, C. V. O., Brugni, T. V., Nossa, S. N., & Beiruth, A. X. (2021). Mulheres no conselho de administração e o risco da firma. Revista Mineira de Contabilidade, 22(1), 13-26.

Downloads

Publicado

2023-12-22

Como Citar

Carvalho de Vasconcelos, A., Yasmin de Aguiar Guedes, F., Barboza Guimarães, D., & Beatryz Rolim Tavares, F. (2023). DESEMPENHO ESG, RISCO E A (IN)EXISTÊNCIA DO COMITÊ DE RISCO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS. Revista Mineira De Contabilidade, 24(3), 63–78. https://doi.org/10.51320/rmc.v24i3.1520

Edição

Seção

Artigos científicos: