ESTEREÓTIPOS DE GÊNERO NA CONTABILIDADE:
UMA ANÁLISE SOB A PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES E PROFISSIONAIS CONTABILISTAS
DOI:
https://doi.org/10.51320/rmc.v23i3.1392Palavras-chave:
Gênero, Estereótipo, profissionais contabilistasResumo
O presente estudo tem como objetivo identificar a percepção de estudantes e profissionais contabilistas em relação aos estereótipos relacionados à imagem da mulher contadora. Para tanto, procedeu-se a aplicação de questionário adaptado de Silva, Silva, e Santos (2017), com estudantes e profissionais de contabilidade que residem em Mossoró-RN. Utilizando-se a estatística descritiva e os testes paramétricos de média (teste t), a fim de identificar as diferenças de percepção entre os dois grupos de respondentes. Os resultados indicam que as profissionais contábeis, foram estereotipadas positivamente como sendo responsáveis, criativas, organizadas, inteligentes, gentis, calmas e proativas. Além disso, por parte dos discentes, foi constatada a concordância de que enfrentam restrições de gênero, que sofrem preconceitos devido à sua condição feminina, além de reconhecer que a dupla jornada influencia seu desempenho. Na percepção dos profissionais, as oportunidades de trabalho são as mesmas para homens e mulheres na área contábil. O estereótipo beleza influencia no crescimento profissional da mulher, e o assédio existe por ser considerada como o “sexo frágil”. Quanto à dupla jornada de trabalho que precisam conciliar, os homens acreditam que essa realidade possa influenciar no seu desempenho profissional, e as mulheres não. Já no ponto sobre a mulher ser mais disciplinada nas atividades rotineiras, os homens discordaram, enquanto as mesmas concordaram. Por fim, não se observou a existência de preconceito quanto à capacidade da mulher na finalização de trabalhos, mas acreditam que estas tendem a ser mais criteriosas ao assumir riscos, além de buscar oportunidades de emprego que proporcione maior estabilidade.
Downloads
Referências
Abramo, L. W. (2007) A inserção da mulher no mercado de trabalho: uma força de trabalho secundária?. 2007. (Tese de Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Alev, K., Gonca, G., Ece, E. A. & Yasemin, Z. K. (2010). Gender stereotyping in the accounting profession in Turkey. Journal of Modern Accounting and Auditing, 6(4), 15-30.
Aguiar, G. S. de & Siqueira, M. V. S. (2007). Diversidade no Trabalho: os desafios em ser mulher em uma organização financeira. 2007. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós Graduação em Administração – ANPAD, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 31.
Arruda, Â. (2002). Teoria das representações sociais e teorias de gênero. Cadernos de pesquisa, 1(117), 127-147.
Burrel, G. (1987). No accounting for sexuality. Accounting, Organizations and Society, 12(1), p. 89-101.
Canezin, C. C. (2004). A mulher e o casamento: da submissão à emancipação. Revista Jurídica Cesumar-Mestrado, 4(1), 143-156.
Conselho Federal de Contabilidade (2019). Quantos somos?. http://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConsultaPorRegiao.aspx?Tipo=0 . Acesso em: 01 de Março de 2020
Conselho Federal de Contabilidade (2020). Quantos somos?. Disponível em:
https://www3.cfc.org.br/spw/crcs/ConsultaPorRegiao.aspx?Tipo=0. Acessado em: 22 de Novembro de 2020.
Curty, N. A. P. & Tavares, T. (2014). A imagem dos contadores sobre sua profissão e a Teoria das Representações Sociais: um estudo empírico na cidade de Londrina e região. Anais do Congresso UFSC de Controladoria e Financças & Iniciação Científica em Contabilidade, Santa Catarina, SC, Brasil, 5.
Dias, G. M. & Martins, G. A. (2005). Representações sociais e imaginário coletivo na contabilidade. Revista Contemporânea de Contabilidade, 2(4), 9-31.
Estevens, M. & Neto, M. T. (2015). Mulheres no mercado de trabalho: em Portugal a mulher contabilista. Anais do Encontro Internacional Luca Pacioli de História da Contabilidade, Lisboa, Portugal, 4.
Gil, Antonio Carlos. (2009). Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas.
Guareschi, P. A. & Jovchelovich, S. (1995). Textos em representações sociais. (8a ed.). Petrópolis, RJ: Vozes
Heilman, M. E. (2012). Gender stereotypes and workplace bias. Research in organizational Behavior, 32(1), 113-135.
Kirkham, L. M. & Loft, A. (1993). Gender and the construction of the professional accountant. Accounting, Organizations and Society, 18(6), 507-558.
Leal, E. A., Lemes, S., Medeiros, C. R. & Miranda, G. J. (2013). Representações sociais de vestibulandos: (Re) Construindo o estereótipo dos profissionais da contabilidade. Anais do Congresso Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação em Ciências
Contábeis. Fortaleza, CE. 7.
Leal, E. A., Miranda, J. G., Araújo, T. S. & Borges, L. F. M. (2014). Estereótipos na Profissão Contábil: a opinião de estudantes e do público externo no Triângulo Mineiro. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, 17(1).
Lemos Júnior, L. C., Santini, R. B., & Silveira, N. S. P. (2015). A feminização da área contábil:
um estudo qualitativo básico. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 9(1), 64-83.
Lima, Alana da Fonseca (2009). A mulher e sua afirmação histórica: do pós-guerra ao novo código civil brasileiro. Anais do ETIC - Encontro de iniciação científica, Presidente Prudente, SP, Brasil, 1.
Loft, A. (1992). Accountancy and the gendered division of labour: a review essay. Accounting, Organizations and Society, 17(4), 367-378.
Luca, M. M. M., Cornachione Jr, Edgard B., Cunha, J. V. A., Ott, E. (2011). Associação de modelos de sucesso profissional e gênero entre graduandos de ciências contábeis. Advances in Scientific and Applied Accounting, 4(2), 263-284.
Magalhães, E. M. M., & Maia, H. (2009). O trabalho docente por professores de curso de pedagogia. Múltiplas Leituras, (2)1, 189-206.
Matos, R. S. & Machado, A. F. (2006). Diferencial de rendimentos por cor e sexo no Brasil (1987-2001). Econômica, 8(1), 5-27.
Medeiros, C. R. O., Abdala, E. C., Machado, S.K. & Andrade, T. F. (2013). A Universidade Fotografada: Olhares e Vozes de Estudantes e Docentes. Anais do Encontro da Associação Nacional de Pós Graduação em Administração – ANPAD, Rio de Janeiro, 37.
Martins, G. A. (2000). Manual para Elaboração de Monografias e Dissertações. (2a ed.). São Paulo: Atlas.
Mota, E. R. C. F. & Souza, M. A. (2013). A evolução da mulher na Contabilidade: os desafios da profissão. Anais do Congresso Virtual de Administração - Convibra, São Paulo, SP, Brasil. 10.
Moscovici, S. (2005). Representações Sociais: Investigações em psicologia social. (3a ed.). Petrópoles: Vozes.
Silva, S. G. (2010). Preconceito e discriminação: as bases da violência contra a mulher. Psicologia: Ciência e Profissão. 30(3), 556 – 571.
Silva, D. J. M. & Silva, M. A. (2018). Mulheres na Contabilidade: Os Estereótipos Socialmente Construídos sobre a Contadora. Advances in Scientific and Applied Accounting, 11(1), 7191.
Silva, D. J. M.. Silva, M. A. & Santos, G. C (2017). Estereótipos de Gênero na Contabilidade: Afinal Como a Mulher Contadora é Vista?. Anais do Congresso Associação Nacional dos Programas de Pós Graduação em Ciências Contábeis. Belo Horizonte, MG. 11.
Pereira, M. E. (2002). Psicologia Social de estereótipos. EPU, Ed. Pedagógica e Universitária.
Probst, E. R. (2007). A evolução da mulher no mercado de trabalho. Anais do Instituto Catarinense de Pós-graduação. Santa Catarina, SC. 1.
Ramos, M. M. &. Guilherme, A. (2019). Contabilidade feita por elas: participação das mulheres alagoanas na profissão contábil. Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal de Alagoas, Alagoas, AL, Brasil.
Sá, C. P. (1996). Núcleo central das representações sociais. (2a ed.). Rio de Janeiro: Editora Vozes.
Silva, E. G. R. & Silva, A. H. C. (2012). Percepção dos Estudantes de Ciências Contábeis do Rio de Janeiro sobre o Estereótipo do Profissional de Contabilidade no Período após adoção do IFRS. Anais do Congresso Nacional de Administração e Ciências Contábeis – AdCont, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 3.
Sousa, E. T. (2015). Gênero e mercado de trabalho: A ascensão das mulheres contadoras. Dissertação de mestrado profissional, Faculdade EST, Rio Grande do Sul. RS, Brasil.
Splitter, K. & Borba, J. A. (2013). Percepção de estudantes e professores universitários sobre a profissão do contador: Um Estudo Baseado na Teoria dos Estereótipos. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (REPeC), 8(2), 126-141.
Wells, P. K. (2017). Um comentário sobre o artigo The Accountant: a Character in Literature e uma agenda para pesquisas sobre o estereótipo do contador. Meditari Accountancy Research , 25(1), 28-36.
Zabotti, E. D. (2017). Gênero e Contabilidade no Brasil: Qual é o saldo dessa conta?. (Dissertação de mestrado). Programa de Pós-Graduação em Contabilidade. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, PR, Brasil.
Downloads
Publicado
Versões
- 2023-11-30 (2)
- 2022-12-23 (1)
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Antônia Alícia Oliveira Silva, Jocykleber Meireles de Souza, Raimundo Marciano de Freitas Neto, Márcio Cesár De Oliveira Quirino
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International, que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. Essa licença permite que outros remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho para fins não comerciais, desde que atribuam a você o devido crédito e que licenciem as novas criações sob termos idênticos.
b) Não cabe aos autores compensação financeira a qualquer título, por artigos ou resenhas publicados na Revista Mineira de Contabilidade.
c) Os conceitos expressos nos artigos publicados pela RMC são de inteira responsabilidade de seus autores.
Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional